A costureira Cleusimar Moreira Cavalcante, de 50 anos, foi diagnosticada com adenomiose, uma doença no útero, que provoca sangramento, dores e cólicas. Ela esperava desde 2014, há sete anos, por uma cirurgia de retirada do útero pela rede pública de saúde. O procedimento está marcado para a próxima quarta-feira, dia 14 de julho. “Eu sinto muito dor e quero voltar a ter uma vida normal”, diz. A comerciária Gislane Guerra da Silva, de 50 anos, também tem uma doença no útero e esperava pela cirurgia desde 2017, há quatro anos. O procedimento dela foi marcado para esta quarta, dia 7. Gislane diz que ser operada é um presente antecipado de aniversário. Ela completa 51 anos no dia 29 deste mês.
O Seu Dorico Borges, de 75 anos, estava na fila de espera há dois anos para fazer cirurgia de catarata e volta a enxergar bem. Ele já operado do lado direito e voltará para operar o olho esquerdo. O Seu Nilson Alves da Silva, de 66 anos, também esperava por uma cirurgia de catarata desde 2019. Ele será operado ainda nesta semana.
Cleusimar, Gislane, Seu Dorico e Seu Nilson são alguns dos exemplos de mais de mil pessoas que esperavam por uma cirurgia eletiva em Itumbiara, algumas delas desde 2012 e 2013. Ou seja, há nove ou oito anos. A Prefeitura / Secretaria Municipal de Saúde (SMS) lançou, em maio, o mutirão para regularizar essas cirurgias. Na primeira etapa foram chamadas as pessoas de 2012, 2013, 2014 e 2015. Depois, de 2016 até 2020. Também foram incluídos os pacientes que precisam de uma cirurgia de catarata. Os procedimentos, como os da Cleusimar e da Gislane, são feitos no Hospital Municipal Modesto de Carvalho (HMMC), com uma equipe formada para este mutirão. Já as cirurgias de catarata são realizadas em Trindade ou em Aparecida de Goiânia. O transporte para lá é feito pelo município.
A realização destas cirurgias é feita com recursos vindos de emendas parlamentares. A organização das cirurgias eletivas paradas é feita pela equipe da Central de Regulação, que funciona na sede da Secretaria de Saúde, na sede do Senac.
O prefeito de Itumbiara, Dione Araújo, e o secretário municipal de Saúde, Guilherme Davi, destacam que a regularização das cirurgias eletivas é “justiça social, para levar qualidade de vida a quem espera por um procedimento há anos”. Dione e Guilherme frisam que o objetivo é conseguir zerar as cirurgias eletivas em Itumbiara.
REPORTAGEM: DIONI RIBEIRO / DECOM
FOTOS: ROBSON HENRIQUE / DECOM